quinta-feira, 22 de março de 2012

engano

parece
que 
uma
luz,
não
toda
acesa,
mas
brilha,
fecho
os olhos,
continuo 
vendo,
abro
os
olhos
e a
luz 
se 
fecha,
vejo
tudo
menos
a
luz.

sábado, 17 de março de 2012

esconderijo

a linha entre o amor e ódio
é tão tênue quanto a
 inocência e
a maldade,
maniqueísmo feito areia
 movediça
suga toda a positividade
e negatividade,
bem ou mal,
não deixa de abocanhar,
egoísta,
sente necessidade de
enfatizar a violenta
posse do esconder.

ódio tênue amor

alimento o ódio
quando queres ser áspero 
quanto cimento seco,
retocando sua forma pra
sangrar a outra,
estimo o amor
quando és macio
quanto as nuvens e, 
que fazes implorar
para que te respire
inteiramente.

sexta-feira, 16 de março de 2012

inquietos

ouve quanto fala?
ouve enquanto escuta?
ouve quando fala?
fala quando ouve?
fala enquanto escuta?
fale o tamanho do coração,
e ouça a altura.

quinta-feira, 15 de março de 2012

do beijo

falta do beijo -
o recebido -
e não ocorrido
o desesperado
e o desejado
o idealizado
e o fantasiado.

sábado, 3 de março de 2012

inteiro mito

o sentido exerce tanta força
que é difícil escondê-lá,
mas tive dispersando com
algumas palavras jogadas
nas linhas, como se
algo ainda falta
como tudo o que existe
ou penso existir,
está incompleto
tudo na estrada
com as rodas no
asfalto, sem chegada
o destino parece distante,
então disfarço,
cortando espaços
pra conseguir chegar
mais rápido e ver
o que o fim me espera
que de tanto
esperar
acabo me jogando
aos próprios
anseios do tempo,
afinal o tudo
é o tempo,
pois tudo em
vida de identidades
passa por lembranças,
ninguém a ultrapassa
apenas esbarra em sua
fina borda,
pra tentar se livrar de
afogamentos momentâneos.